DÁ O PASSO, FALA GALEGO!

Ponte Vedra maio 2023

Caras,
Desde o C.S. A Pedreira queremos convidar-vos a participar na Rondalha que temos vontade de realizar o 16 de maio às 20.00 h. saindo da Peregrina e rematando na praça da Pedreira como inauguraçom dos atos e atividades que temos programado realizar polo Dia das Letras.
Agardamos à vossa assistência,
saudaçons.

DÁ O PASSO, FALA GALEGO!

O ano antes de que o Covid transformara o nosso mundo para sempre, se cumpliam 100 anos justos do passo de Castelao por Ponte Vedra como professor do Liceu desta cidade. Um mundo bem distinto aquele de 1919.
100 anos em tempo histórico nom som nada, nom eram nada polo menos até a irrupçom da Revoluçom Industrial e a sua conseqüência mais catastrófica que foi a expanssom do sistema capitalista polo mundo enteiro.

Fai 100 anos na Galiza pouca Revoluçom Industrial havia já que apenas passaram 40 anos da irrupçom do ferrocarril e so 20 da inauguraçom da linha de comboios que unia Ponte Vedra com Vila Garcia. Aquela Ponte Vedra pouco tinha que ver com esta e nom tam so no estético, muito mais no social e, por ende, no linguístico. Porque sí, o linguístico é social e o social é linguístico.

Que teriam pensado aquelas pessoas de ter podido visitar a Galiza 100 anos depois e descubrir umha sociedade linguísticamente arrassada? Aquelas pessoas nom o sabiam, mas estavam a piques de conquistar umha República e fazia ainda bem pouco que iniciaram o que logo se deu em chamar o Rexurdimento, um movimento cuja força e importância ainda se deixam sentir hoje. Aquele Rexurdimento que dá o assubio de saída com Cantares Galegos de Rosalia e alcança o seu cénit no 1916 graças à criaçom das Irmandades da Fala ao albur do Romanticismo e o Realismo europeus, onde de súpeto o nosso povo descobre o valor dunha lingua milenária acosada e perseguida polo Estado e às instituiçons durante tantos séculos atrás.

Que pensaria o próprio Francisco Fernández del Riego ao que este ano adicam o dia das nossas letras e ao que devemos a criaçom entre outras cousas da Editorial Galaxia que tanta importância tivo para a nossa língua?
Nim se podiam imaginar fai 100 anos a perseguiçom, o acosso e as represalias que viriam acompanhadas do levantamento fascista que todas conhecemos e ante o qual se mostrarom firmes e derom às suas vidas por deixarnos umha herança de dignidade.

Viver ou morrer, no físico e no metafísico. A herança cultural ademais de guardar íntima relaçom co mundo que nos rodeia, impacta de forma directa na autoestima dos povos, esso que conhecemos como “autoodio” e que está mais que documentado é umha das consequências de nom conservala como se merece.

Castelao no 1919 caminharia por Ponte Vedra e provavelmente nom escoitaria a ninguem falando em espanhol, a ninguem. Aquela sociedade rural e marinheira que fazia vibrar os cimentos daquela pequena vila senhorial, desejava o PROGRESSO, a modernidade, o futuro,... mas ninguém se esperava daquelas que aquel progresso tinha como pago a nossa língua e a nossa forma de viver.

O franquismo foi terrível, mas daquel 90% de monolingues em galego que havia no nosso país a princípios do século XX ao 30% actual, o período que realmente foi destructor para a nossa cultura foi o que nasceu da Transiçom. Progresso ao troco da renúncia à língua galega.

A Ponte Vedra de hoje em dia é uma cidade bonita, recebe prêmios, orgulho da sua cidadania. Esta Ponte Vedra moderna que fala em espanhol a causa da modernidade, também cheira a merda e ovos podres. Progresso, progresso e mais progresso.
Estamos ressistindo. Vemos passar por acima de nós ao imperialismo espanhol, à guerra fria cultural do mundo anglosajom e à sua globalizaçom, mentres nós nos agarramos cada vez mais forte à umha cadeira imaginária que nos ata à terra.

Sabemos que um dia para o galego nom é suficiente. Temos que ganhar o relato à globalizaçom capitalista que só valoriza o que é útil em termos de produtividade e polo que a nossa língua é um objetivo a batir.
Nós sabemos que a língua galega é umha parte importante da nossa autoestima colectiva por esso, espaços como o C.S. A Pedreira som absolutamente imprescindíveis. Som trincheiras de resistência ao relato da utilidade productiva capitalista. Este espaço proporciona um lugar para a inmersom linguística absolutamente necessário, umha ilha natural onde qualquer pessoa criada no “progreso do espanhol" poda dar o paso e recuperar a sua autoestima linguística. Esse passo tivemolo que dar a maioria de nós já que somos maioritariamente “neofalantes” ao ter nascido depois da Transiçom e sabemos que nom é nada singelo si nom se dam unhas condiçons propícias que ajudem a tal fim.

Está na nossa mam passar da resistência à remontada, temos a vontade, o espaço e a razom, assim que animemos a todas e todos a dar o passo.
DA O PASSO, COMEÇA A FALAR EM GALEGO. 

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